Reconhecendo Cristo no Outro
Por Pedro Arruda
A comunhão é o reconhecimento da presença viva de Jesus Cristo na Igreja que começa quando se aprende a identificar Cristo nos outros irmãos. A prática do evangelho baseia-se essencialmente em mutualidade, o que nos configura como corpo e, sobretudo, corpo de Cristo, pois estamos ligados a uma única cabeça que é ele.
Jamais o mundo verá Cristo na Igreja enquanto os cristãos não forem capazes de reconhecê-lo uns nos outros. É a comunhão que dava, aos primeiros cristãos, a convicção de que a presença de Cristo entre eles não era menor do que fora antes de sua ascensão.
O próximo e o irmão.
Há dois padrões estabelecidos nas Escrituras para nossas atitudes. O primeiro tem a nossa vontade como referência nas relações com o próximo ou com o mundo de maneira geral, ou seja, fazer ao outro aquilo que gostaríamos que se fizesse a nós, decorrente de amar ao próximo como a nós mesmos.
O segundo tem a vontade de Deus como referência nas relações com os irmãos e situa-se, portanto, no degrau mais elevado da dimensão da comunhão. Nesse caso, o padrão deixa de ser o meu amor e passa a ser o amor de Jesus, que se entregou por mim. Amando uns aos outros como Cristo nos amou a ponto de dar a própria vida como prova maior de amor (Mc 12.33; Jo 13.34; 1 Jo 3.16), entramos na cadeia da vontade divina, pois Jesus fez o que viu e ouviu do Pai, e nós devemos praticar o que vimos e ouvimos de Jesus. Afinal, recebemos o Espírito Santo para nos transmitir tudo o que tiver ouvido para, assim, participarmos do conselho de Deus e sermos guiados em toda verdade sem o perigo de errar como aconteceu com os profetas contemporâneos de Jeremias (Jo 8.26, 38, 40; 15.15; Jo 16.13, Jr 23.22).
Enquanto não agirmos em comunhão, o mundo não verá Jesus Cristo na Igreja e não poderá crer nele.
(Jo 17.21)Assim, precisamos mudar nosso padrão e atentar para a ordem de sermos "perfeitos como perfeito é vosso Pai que está nos céus" (Mc 5.48), perdoar como Deus nos perdoou, amar como Cristo nos amou, etc.
Precisamos redirecionar nossa fé e crer que Jesus Cristo quer ser encontrado no outro, assim como o encontramos em sua palavra ou na oração. Mas, para isso, necessitamos de revelação.
Reconhecer Cristo no outro é fruto da revelação de Deus.
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